segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Delírios de uma madrugada




As coisas não estão tão boas assim.
Pensei que teria o que tanto sonhei,
Agora, me basto. Foram tantas dúvidas, tantos “talvez”
Hoje já não sei,
Isso não preenche meu coração.
Não sei se deveria ser otimista,
Mas o silêncio pode ser a melhor resposta agora.
Não estou bem, estou confuso.
Vaguei por aí, olhando o outro lado da rua,
Olhando as pessoas a caminhar,
Olhando as janelas, vitrines para o que eu queria realmente achar.
Viver assim não dá, é como sobreviver em uma jaula,
Onde animais selvagens querem me derrubar,
Não posso ser quem sou.
Não posso mais perder as minhas memórias,
Lançadas ao vento, como leves plumas a planar,
Carregadas por essa angústia doentia que habita em mim.
De repente, um sorriso! E o coração dispara.
Olhos me devoram, perco o olhar,
Disfarço, mas não me acho em meio às dúvidas.
Oh, quão bela és tu, menina da janela.
Seus lábios contra os meus, seu toque
Em seu pescoço faço festa, arranco suspiros.
Me assusto com aquela intensidade, mas continuo.
E a noite se prolonga,
Vejo as estrelas, meu corpo a bailar,
Me sinto leve, como um pássaro com vento sob suas asas.
Te aprisiono em meus pensamentos, te possuo em meus sonhos,
É intenso, eu sei, mas não consigo me controlar.
Me desapego do travesseiro,
Mais uma noite em claro.
Não sinto mais teu toque, teu cheiro
Há um vazio no lençol.
Deixo o quarto, fecho os olhos e mergulho fundo.
Rosto molhado, cheio de marcas
Em frente ao espelho não vejo mais o reflexo de quem sou,
Tudo isso porque um dia ela, a menina da janela, me beijou.


Wl

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