As coisas não estão tão boas
assim.
Pensei que teria o que tanto
sonhei,
Agora, me basto. Foram
tantas dúvidas, tantos “talvez”
Hoje já não sei,
Isso não preenche meu
coração.
Não sei se deveria ser
otimista,
Mas o silêncio pode ser a
melhor resposta agora.
Não estou bem, estou
confuso.
Vaguei por aí, olhando o
outro lado da rua,
Olhando as pessoas a
caminhar,
Olhando as janelas, vitrines
para o que eu queria realmente achar.
Viver assim não dá, é como
sobreviver em uma jaula,
Onde animais selvagens
querem me derrubar,
Não posso ser quem sou.
Não posso mais perder as minhas
memórias,
Lançadas ao vento, como
leves plumas a planar,
Carregadas por essa angústia
doentia que habita em mim.
De repente, um sorriso! E o
coração dispara.
Olhos me devoram, perco o
olhar,
Disfarço, mas não me acho em
meio às dúvidas.
Oh, quão bela és tu, menina
da janela.
Seus lábios contra os meus,
seu toque
Em seu pescoço faço festa,
arranco suspiros.
Me assusto com aquela
intensidade, mas continuo.
E a noite se prolonga,
Vejo as estrelas, meu corpo
a bailar,
Me sinto leve, como um
pássaro com vento sob suas asas.
Te aprisiono em meus
pensamentos, te possuo em meus sonhos,
É intenso, eu sei, mas não
consigo me controlar.
Me desapego do travesseiro,
Mais uma noite em claro.
Não sinto mais teu toque,
teu cheiro
Há um vazio no lençol.
Deixo o quarto, fecho os
olhos e mergulho fundo.
Rosto molhado, cheio de
marcas
Em frente ao espelho não
vejo mais o reflexo de quem sou,
Tudo isso porque um dia ela,
a menina da janela, me beijou.
Wl
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