sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Às vezes


Às vezes, nos faltam palavras...
Às vezes, nos faltam ações...
Às vezes, nos falta fé...
Às vezes, nem mesmo sabemos o que nos falta...
Buscamos uma direção, buscamos explicações
Coisas que não podemos controlar...
Cada segundo nos mostra as nossas fraquezas,
Nossos medos, nossas incertezas.
Deixamos de ser quem éramos em busca de uma pequena melhora.
Ficamos perdidos em meio às nossas próprias escolhas,
Pois é bem mais fácil pedir do que fazer,
Se esconder do que batalhar,
Desistir do que seguir em frente,
Mas, quem disse que gosto de coisas fáceis?
Eu sou fã do impossível, paquero o que parece insano,
Gosto muito dos desafios, pois aconteça o que acontecer.
Sou um guerreiro, e nasci para vencer...

Wl

Mal de poeta


Fui te guardar em palavras,
E acabei guardando no meu coração
Isso que dá ser poeta...
Busquei uma gota de sorrisos...
E achei logo o mar inteiro.
Mas pensar em você
É um prazer tão grande
Que nem sei como expressar...
Entala não na garganta, mas no peito.
Escrevo pra não sufocar...
Para soprar, com meu sorriso, minhas palavras
Não para sufocar quem as vê,
Mas para tirar suspiro em quem as toma para si...
E um sorriso para quem elas foram lançadas...


Wl

Detalhes


E se um dia, se eu estiver distante ou ausente,
Mesmo que por pouco tempo, e você quiser lembrar de mim,
Dê um sorriso bem gostoso, olhe para o céu,
Deixe a brisa tocar seus cabelos e acariciar sua pele,
Passe a mão lentamente neles para afastá-los do seu rosto.
Respire fundo, sinta o ar entrando em seus pulmões,
Ouça o canto dos pássaros, sinta o calor do sol a te esquentar,
Sinta-se abraçada por aqueles breves instantes.
Se concentre nos detalhes, especialmente os mais ínfimos.
Passeie sua mão por sobre a grama, sinta como se estivesse a me tocar.
Dê um sorriso de canto de boca, meio bobo.
Não se apresse em ir embora, esqueça das coisas duras mundo afora.
Lembre-se que as coisas boas devem ser vividas aos poucos,
Mesmo que seja intensamente, de forma que valha a pena.
Eleve seu pensar, sinta a melodia ecoar em seu peito,
As batidas de seu coração, ressoando a música de teu falar.
Ponha para fora o que te aprisiona por dentro,
Grite bem alto para si mesmo em silêncio.
Sinta o dia ficar mais frio, aprecie o dia se passando.
As nuvens alaranjadas surgem, contrastando com o céu azul. 
Aos poucos estrelas vão surgindo,
Seus pensamentos distantes, olhando o infinito...
Possibilidades que há de vir.
Encare a lua prateada, iluminando o seu rosto,
Que resplandece com seu sorriso, quase adormecido em seu pensar.
Vista-se de alegria, deixe que essa nostalgia te faça sonhar.


Wl

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Entrelaços


 Veio de mansinho, com um jeito doce, me conquistou.
Com um brilho no olhar, tão pouco a falar e tanto a entender.
Palavras não podem descrever seus gestos e olhar,
Tudo parece simples, os dias mais felizes, os problemas sem razão.
Sua inocência cativa, seu sorriso aprisiona,
Seu olhar me envolve.
Ela clama por conforto em meus braços,
Aperto seu corpo contra o meu,
Sinto seu coração acelerado, sua respiração aperta
Um beijo tenro lhe dou, molho suavemente a superfície de sua testa
Ela sorri e me abraça ainda mais apertado.
Tenho medo desse momento acabar,
Depois de tudo que passamos, depois de tantos medos
Estamos aqui, num minuto eternizado,
Entrelaços, entre braços, entre abraços
Entre sorrisos, risos, rios
Lágrimas fluem sobre sua face,
As memórias tornam a sua mente,
Mas não há mais dor em seu olhar,
Uma enxurrada de pingos d’água escorrem por meus ombros
Busco seu delicado rosto, seco suas lágrimas
Me perco no mais doce momento, seu olhar se prende ao meu
Seu abraço me aperta, seu rosto junto do meu
Unidos, por um beijo,
Amassos... aqueles amassos no papel de carta,
Estendo diante de seus olhos e leio em tom bem alto:
De hoje em diante serei para sempre teu,
Desde o nascer ao pôr-do-sol,
Nas chuvas de agosto, ou nas flores da primavera,
Verás meu sorriso sobrepondo as lágrimas,
Meus braços em teus abraços,
Teu coração junto ao meu.


Wl

Delírios de uma madrugada




As coisas não estão tão boas assim.
Pensei que teria o que tanto sonhei,
Agora, me basto. Foram tantas dúvidas, tantos “talvez”
Hoje já não sei,
Isso não preenche meu coração.
Não sei se deveria ser otimista,
Mas o silêncio pode ser a melhor resposta agora.
Não estou bem, estou confuso.
Vaguei por aí, olhando o outro lado da rua,
Olhando as pessoas a caminhar,
Olhando as janelas, vitrines para o que eu queria realmente achar.
Viver assim não dá, é como sobreviver em uma jaula,
Onde animais selvagens querem me derrubar,
Não posso ser quem sou.
Não posso mais perder as minhas memórias,
Lançadas ao vento, como leves plumas a planar,
Carregadas por essa angústia doentia que habita em mim.
De repente, um sorriso! E o coração dispara.
Olhos me devoram, perco o olhar,
Disfarço, mas não me acho em meio às dúvidas.
Oh, quão bela és tu, menina da janela.
Seus lábios contra os meus, seu toque
Em seu pescoço faço festa, arranco suspiros.
Me assusto com aquela intensidade, mas continuo.
E a noite se prolonga,
Vejo as estrelas, meu corpo a bailar,
Me sinto leve, como um pássaro com vento sob suas asas.
Te aprisiono em meus pensamentos, te possuo em meus sonhos,
É intenso, eu sei, mas não consigo me controlar.
Me desapego do travesseiro,
Mais uma noite em claro.
Não sinto mais teu toque, teu cheiro
Há um vazio no lençol.
Deixo o quarto, fecho os olhos e mergulho fundo.
Rosto molhado, cheio de marcas
Em frente ao espelho não vejo mais o reflexo de quem sou,
Tudo isso porque um dia ela, a menina da janela, me beijou.


Wl

Coração cego e tolo




Desisto, cansei de tentar entender
Deu tudo errado, não sei viver um talvez
Não sei sair desse labirinto, estou perdido
Confuso e sozinho, não vou a lugar nenhum
As palavras perderam seu brilho
A comida seu sabor, as flores seu perfume
O sol seu calor
Sem você ao meu lado, tudo é sombras
Me vejo na escuridão,
Ouço cada batida no meu peito,
Cada batida de um coração fraco e triste,
Que não sabe mais o que fazer.
Ele só me faz um pedido: poder amar você
Que tolo e cego,
Não sabe mais o que é solidão desde que você o invadiu
Carente, só sofre,
Pois não sabe as palavras, gestos para te ter aqui
Confuso, cego e doente
Não consegue entender como isso pode ser tão bom,
E ao mesmo tempo lhe fazer sofrer?
Mas agora não importa,
Já que ainda ele quer ficar com você.


Wl

Inocentes em tuas mãos




Olho nas calçadas, vejo dor
Pessoas desesperadas sem saber o que fazer,
Parecem que não foram escritas na história
Pessoas que buscam apenas mais um prato de comida
Elas gritam, imploram, mas ninguém as ouve
Não têm voz, não têm vez.
O grito dos inocentes, dizem que elas estão perdidas
Dizem que estão perdidos, que não têm salvação
Dormem sem saber se podem sonhar,
Se vão acordar na manhã seguinte
Vêm, falam de um Deus que muda sua história,
Mas que ainda não lhes deu um prato para comer
Palavras não matam a sua fome, nem alimentam seus sonhos.
Vejo que não sabemos mais o que fazer.
Inocentes se perdem, seu mundo desaba, se sentem sós
Nenhum ombro amigo, nenhum conforto ao seu coração
No frio, com fome e solitários, tudo um grande vazio
No escuro, na dor, no perigo...
No fim da rua, lá na calçada, um corpo estendido,
Mais um vida acabada...
Ninguém narrou a sua história, ninguém estendeu a mão,
Ninguém realmente se importou
Oh, meu Deus, tens misericórdia e receba-os de coração,
Pois os teus profetas foram embora com a Bíblia nas mãos.


Wl